Com a passagem do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, destacamos a presença de mulheres que deixaram seu legado no município de Serafina Corrêa. O próprio nome da cidade é uma homenagem à esposa do primeiro Intendente de Guaporé, Vespasiano Corrêa. Serafina Corrêa era conhecida informalmente como Dona Fifina. Admirada e muito presente na história dos primórdios do município.
Entre muitas mulheres que fizeram história, algumas, por razões desconhecidas e com o passar do tempo, caíram no esquecimento, enquanto outras têm seu trabalho e legado mantidos em edificações, ruas e até fazem parte da história cultural. Algumas estão eternizadas em letras de canções em Língua Talian, co-oficial ao português no município, como é o caso de Maria Campanella e Maria dei Fiori.
Outros nomes são conhecidos por serem nomeadas em instituições de ensino, como é o caso de Estherina Marubin, Geny Pinto Cadore, Leonora Marchioro Bellenzier e Maria Costa Marocco. Darcy Sobreira Soccol dá nome ao plenário da Câmara Municipal de Vereadores e Edi Ribeiro, fundadora do Clube de Mães Ideal, tem sua homenagem no nome de uma rua no centro da cidade, onde funcionou a agremiação por muitos anos. Além disso, a cidade preserva as Casas de Cultura Cida Franciosi e Maria Amélia Arroque Gheller, que homenageiam o trabalho dessas mulheres.
Dentre essas mulheres e de tantas outras que estão presentes na história e na vida de muitos serafinenses, vamos contar a história da professora Maria Costa Marocco, nascida Maria Severina de Costa. Sua atuação no município deixou um legado significativo, confira a seguir.
Sarandi, 31 de julho de 1940: Nascia Maria Severina, irmã gêmea de Carmem Luiza, prematura, aos sete meses. Na adolescência participava ativamente de aulas de teatro, de dança clássica, e cursou o Magistério, tornando-se professora.
Sua carreira com a docência iniciou aos 18 anos em Tapejara e, posteriormente, em Serafina Corrêa, onde conheceu Bruno José Marocco, também professor e estudante de Direito. Bruno e Maria casaram-se e tiveram dois filhos: Rosane Maria e Bruno Daniel Maria - com um terceiro nome em sua homenagem.
Maria Costa Marocco faleceu precocemente aos 31 anos, em 8 de junho de 1971, dois meses após o nascimento do segundo filho. Seu mausoléu está localizado no Cemitério Municipal, junto aos familiares.
O legado educacional
Maria Costa Marocco dedicou-se ao Magistério até o fim de sua vida. Em 30 de março de 1961, seu nome foi o escolhido para homenagear a Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Costa Marocco, localizada no bairro Aparecida, em Serafina Corrêa. Há mais de seis décadas, a instituição mantém viva a paixão da professora pela educação, sendo um símbolo de legado e continuidade no ensino serafinense.
Serafina Corrêa, 19 de abril de 2024: Durante as comemorações de 63 anos da escola, Rosane Maria de Costa participou de uma homenagem na instituição que leva o nome da mãe. Na oportunidade, ela entregou um diário de classe e um quadro com a foto da patrona. Estiveram presentes a irmã de Maria Costa Marocco, Anita de Costa, e a sobrinha, Maria Bernarda Grandi.
A diretora Angela Cantelli recebeu a homenagem em nome da comunidade escolar. Conforme a diretora, a homenagem e o presente trazem as lembranças da professora e servem para que os alunos e a comunidade conheçam mais sobre sua história: “Os objetos serão deixados como relíquias à comunidade", destacou Angela.
Concurso de beleza na década de 1960
Conforme informações do acervo fotográfico e histórico do Museu Municipal de Guaporé, em 1962, Maria Costa Marocco representou o município de Serafina Corrêa em um concurso de beleza, participando de um desfile em um carro aberto - ao que tudo indica, na ocasião acontecia a 1ª Festa do Milho e 2ª Exposição Regional. Em uma das descrições das imagens consta: "Representante de Serafina Corrêa". Além disso, que: “A rainha na ocasião foi a senhora Boscarin…”. [carece fontes]
Nos registros do histórico da escola, sobre a professora, encontramos: "Maria era esbelta, loira e muito bonita. Cabelos ao vento, sorriso aberto e uma urgência de viver! Era como se soubesse que partiria em breve. Ela quis viver e amar, ou viver para amar".
Fontes e agradecimento
Algumas informações desta publicação são do histórico da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Costa Marocco e do acervo fotográfico e histórico do Museu Municipal de Guaporé.